(Em construção)

DE 16 A 23 DE JULHO DE 2010

quinta-feira, 4 de março de 2010

Apresentação

A educação como eixo de equidade social foi a retórica dos discursos oficiais nos anos 1990. Nesta década a educação básica era apontada como o principal eixo para investimentos educacionais e nos processos de reforma. A tentativa de universalização do acesso à educação básica pautou-se pelos cortes de recursos da educação superior. Esta era apontada como elitista e de pouco acesso aos setores mais baixos.
Ao mesmo tempo a educação continua sendo apontada pelos discursos oficiais como o principal trampolim para ascensão social. Esta conjuntura impôs contradições, entre o corte sucessivo dos recursos para educação superior e a educação como eixo de ascensão social.
Ao mesmo tempo instaurou-se nos últimos quinze anos o debate sobre a qualidade na formação.
O debate sobre a formação nas ciências sociais envolve vários impasses e contradições, que devem ser entendidos no contexto das transformações econômicas da base produtiva da sociedade.
As políticas educacionais do período que envolveram a expansão da educação superior privada, aprofundando o processo de mercantilização, e o processo de privatização por dentro e por fora da universidade pública são fatos que devem ser considerados de relevância considerável para a formação dentro das ciências sociais, daí decorre a flexibilidade curricular, a ênfase nas licenciaturas em detrimento do bacharelado, a falta de pesquisa e extensão como eixos da formação, elementos que se agravam considerando-se o contexto das instituições de ensino privadas, com exceção de algumas.
A influência de políticas como o Programa Universidade Para Todos – PROUNI, da Lei de Inovação Tecnológica Lei 10973/2004, do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES, como corolário o ENADE, o Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI, e ultimamente com o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica.
A atuação dos profissionais que saem das ciências sociais também revelam paradoxos. De um lado a maioria dos formados procura a docência. Isto pode apontar que a formação em ciências sociais esteve direcionada para o ensino em si, não oferecendo formação aprofundada na pesquisa e extensão, o que elimina vários profissionais de talento.
Na atuação a principal contradição segue sendo as poucas oportunidades profissionais. A docência segue como o maior campo de oportunidades profissionais, entretanto o retorno da sociologia ao ensino médio nas três séries ainda é um desafio a ser vencido nacionalmente, tal como o profissional habilitado para exercer essa docência, em muitos lugares não formado em ciências sociais.
Desta forma temos o grande desafio de debater no Encontro Nacional dos Estudantes a formação e a atuação, na perspectiva de tirar consensos que possam contribuir para a defesa da educação pública no nosso país.

Um comentário:

  1. A abordagem está correta, a situação da educação hoje não é das melhores. Políticas tais como, REUNI e PROUNI fortalecem o ensino privado e precarizam o ensino superior público de qualidade

    Abraços

    Cairo PUC-MG

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